Em 1962, sempre ao lado do marido, fundou a primeira agência de viagens da nova
capital, no recém-inaugurado Hotel Nacional, abraçando definitivamente o ramo do
turismo, que segue hoje administrado pelas filhas Mercedes e Gabriela. Toda essa
história e muito e muito mais está no livro “A Trilha do Jaguar: na Alvorada de
Brasília”. Fotos da coleção particular, imagens únicas da época da construção,
estão nas duzentas cinquenta páginas do livro, que foi lançado em abril 2018, no
Salão Negro do Ministério da Justiça.
Traduzida em inglês, a obra foi um dos títulos apresentados pelo Brasil na
Feira
do Livro de Gotemburgo, em setembro de 2018, representando assim, uma
homenagem
ao premiado fotografo sueco Ake Borglund, falecido em 2012, cujas imagens
exclusivas registradas em 1957, ilustram 45 páginas do livro e foram
reconhecidas pela UNESCO como referência histórica da construção de
Brasília.
Durante 2019, a par de lançamentos em capitais do país, “A Trilha do Jaguar: na
Alvorada de Brasília”, já traduzido em espanhol, foi apresentado pelo Brasil,
com palestra da autora, na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires é também na Embaixada do Brasil em Roma.
A autora do livro, no Palazzo Pamphilli em Roma , sede da Embaixada do Brasil.
Com o Embaixador Hélio Ramos e esposa.
Durante 2020, ano comemorativo dos 60 anos de Brasília, é reverenciada a
imagem
de seu inesquecível fundador, Juscelino Kubitschek, lembrado até os dias de
hoje
em todo o país, como o presidente que mudou para sempre a cara do
Brasil.
Não é de hoje que Mercedes leva a história da epopeia da construção de Brasília
pelo mundo afora. Com fotos da coleção que obteve na Suécia do artista sueco Ake
Borglund, para quem serviu de intérprete em uma matéria da revista National
Geographic nos idos de 1957, Mercedes montou uma série de exposições e as levou
para os quatro continentes tornando-se uma Embaixadora, não oficial, de
Brasília.
Recentemente, uma dessas exposições esteve na sede da ONU, em New York
(outubro/2017) e na Embaixada do Brasil em Washington (Janeiro/2018). Com tantas
histórias, fotos, além de muitas lembranças, a ideia de fazer um livro foi
ganhando força desde 2015, mas só se tornou realidade em 2018, quando a Editora
Senac-DF foi conquistada pelos autênticos relatos dos primeiros dias de
Brasília, narrados na forma de biografia, por protagonista feminina.
Prefácio do Livro
A história de Mercedes Urquiza se confunde com a da construção de Brasília.
Considerada uma memória viva da história da Capital Federal, Mercedes deixou a
Argentina, sua terra natal, quando tinha apenas 18 anos, junto com o marido, na
época com 20 anos, para começar do nada, em um local que prometia virar uma
cidade.
A paixão pelo Brasil foi determinante para que os dois aceitassem mudar de vida.
Talvez o único casal argentino pioneiro da cidade, Mercedes e seu marido
deixaram para trás uma vida tranquila, onde suas famílias nunca permitiram que
lhes faltasse nada, já que tinham boas condições financeiras, para enfrentar uma
realidade totalmente diferente.
Mercedes chegou em Brasília em 1957 depois de uma longa viagem de jipe que durou
quase dois meses. Aqui, morou em barraco de madeira sem a menor infraestrutura,
como água, luz ou telefone na Cidade Livre, a primeira cidade de Brasília
construída para abrigar as pessoas que acreditaram no sonho do então presidente
Juscelino Kubitschek.
À medida que Brasília crescia, os sonhos de Mercedes se concretizavam. Com um
incrível espírito empreendedor, ela desenvolveu diversas atividades até fundar,
em 1962, a primeira agência de viagens da cidade. Promove pelo mundo afora,
desde 2002, exposições fotográficas que divulgam a saga de Brasília e outros
temas nacionais, tendo passado por oito capitais brasileiras e 60 países.
Neste livro, o leitor poderá viajar pela história da Capital Federal na visão
bem humorada de Mercedes. Ilustrado com as belas fotos de seu acervo exclusivo,
no livro será possível conhecer histórias de outros pioneiros, as dificuldades
que passaram, a solidariedade que sobressaía em momentos de dificuldades, e ter
acesso a documentos inéditos da época da construção da cidade. Essa obra mostra
uma história de otimismo e esperança, mostra a história de conhecidos e anônimos
que deixaram suas vidas para trás em busca de um sonho. E é com muito orgulho
que a Editora Senac contribui para realizar mais esse sonho, o de deixar
registrada a história de Brasília sob a visão de uma pioneira e empreendedora de
sucesso.
Adelmir Santana
Presidente do Conselho Regional do Senac-DF
Veja algumas das fotos que fazem parte do livro “A Trilha do Jaguar: na Alvorada de Brasília”
Nas colunas do Alvorada com JK em 1958.
JK e Dona Sarah no Baile da Inauguração - 21/04/1960
Passeio na Praça dos Tres Poderes em obras
Na estrada, rumo às Cataratas em 1957.
Cidade Livre , atividade fervilhante em 1957.
Chegada do jipe à Cidade Livre em 1957
Baile de Inauguração de Brasilia com a Condesa Heléne Tarnowska e o marido Hugo.
As filhas Mercerces e Gabriela, na frente da casa brincando felizes.
Apresentação da obra “A Trilha do Jaguar: na Alvorada de Brasília” em feiras literárias internacionais
Participação da obra no estande do Brasil durante a Feira Internacional de
Gotemburgo
Concedendo autógrafos no livro.
Participando de palestra com o Embaixador Marcos Pinta Gama..
Apresentação feita pela Embaixada do Brasil na Suécia para a Feira do Livro de Gotemburgo em 2018
Texto de apresentação na contracapa do
Livro
Em 1957, nenhum brasileiro, a não ser o Presidente Juscelino Kubitschek
, acreditava que a nova capital do país seria inaugurada em 1960. A
pesar de que eu estivesse certa disso, meu futuro parecia tão incerto
quanto o de Brasília. Hoje, escrevendo este relato, não posso deixar de
lembrar a afirmação profética de JK em seu discurso de 20 de abril de
1960: “Um dia virá alguém que fixará no papel a nossa vida de candango.
As gerações futuras desejarão saber tudo o que aconteceu na capital da
esperança”.
Esta não pretende ser mais uma história da construção de Brasília, nem
das personagens ilustres da época, mas, sim, dos heróis anônimos que a
construíram.
Apresentação da autora
Em novembro de 1957, recém-casada, enfrentei um desafio que começou com uma
lendária viagem de jipe desde Buenos Aires até o local onde tinha início a
construção de Brasília. Chegando lá, após 48 dias de viagem, encontramos cinco
mil candangos à espera de novos companheiros de luta.
Eles vinham movidos pela vontade de trabalhar e progredir na vida. Nós também.
Mas, acima de tudo, pelo orgulho de construir a nova capital do Brasil, sob a
liderança de Juscelino Kubitschek, carinhosamente apelidado de “presidente bossa
nova”. Todos se davam as mãos para enfrentar essa luta com garra, fé e otimismo.
Era muito. Embora nosso início se deu num barraco de madeira sem água, luz nem
telefone, devo dizer que as agruras dos primeiros dias foram amenizadas por
recompensas que não têm preço: assisti às primeiras chuvas que caíram sobre a
terra vermelha que abrigaria a futura capital; andei de jipe dentro do que iria
ser o atual Lago Paranoá; conheci o real significado da palavra “solidariedade”,
ao abraçar o sonho coletivo junto com aqueles que depositaram sua coragem e sua
esperança em cada tijolo da nova capital; participei de serestas à luz de velas
no ermo do cerrado, quando todos cantavam embalados pelo
mesmo sentimento; pisei nas primeiras ruas abertas na futura capital; vi
desabrochar os primeiros ipês amarelos na Avenida W3, recém-rasgada pela fúria
dos tratores mensageiros do progresso; e convivi com personagens inesquecíveis,
que mudaram para sempre minha maneira de ver o mundo. Mas, acima de tudo,
presenteei a cidade com minhas duas lindas candanguinhas, Mercedes e Gabriela,
que, junto com Brasília, justificam toda a luta enfrentada. Esta não pretende
ser mais uma história da construção de Brasília, nem das personagens ilustres da
época, mas, sim, dos heróis anônimos que a construíram. Ao folhear as próximas
páginas, o leitor vai conhecer muitas estórias, peripécias e arrojadas
aventuras, mas, sobretudo, experiências de uma vida autêntica, que foi
escolhida, e não imposta. Custou caro, é verdade, mas a liberdade não tem preço!
Aos 60 anos de Brasília, uma nova geração de leitores
procura conhecer a história da Cidade
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